No dia 24 de outubro de 2024, o Centro Dom José Brandão de Castro (CDJBC) realizou a Oficina para construção da Linha do Tempo e da Trajetória dos Sistemas Agroalimentares de Poço Redondo, município que pertence a região do Alto Sertão Sergipano, e que possui grande importância econômica para o estado devido à alta produtividade do leite fornecido para as indústrias de laticínios da região supracitada.
A oficina é parte das ações desenvolvidas no âmbito do projeto Cultivando Futuros, uma iniciativa construída pela AS-PTA e a Rede ATER Nordeste de Agroecologia, possuindo apoio internacional da Pão para o Mundo (PPM), com financiamento do Ministério Federal da Alimentação e da Agricultura da Alemanha.
Em Sergipe as ações estão sendo desenvolvidas pelo CDJBC e nesta primeira oficina contou com a presença de 13 representantes de Organizações da Sociedade Civil (OSC), associações comunitárias, sindicatos, professoras/es e agricultores.
A oficina possibilitou identificar diversas ações desenvolvidas pelas comunidades antes de 1989, chegando àquelas estratégias e políticas públicas que são desenvolvidas até os dias atuais (2024) que foram e são de fundamental importância para o desenvolvimento socioeconômico das famílias agricultoras, principalmente o processo de implementação de cisternas de captação de água da chuva para o consumo humano, as cisternas para produção de alimentos, as ações de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) desenvolvidas pelas Organizações da Sociedade Civil, as Unidades de Recuperação de Áreas Degradadas (URAD).
Durante a oficina foi relata a importância da criação da Diocese de Propriá e da chegada do seu primeiro bispo, Dom José Brandão de Castro, que cria o Movimento de Educação de Base (MEB) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT) que dão início ao processo de formação e organização das comunidades, encorajando as famílias agricultoras a lutarem para a instalação do primeiro assentamento Barra da Onça. E mais tarde, a chegada de organizações e movimentos que continuam atuando e assessorando as comunidades até os dias de hoje: CDJBC, MPA, MST, e mais recentemente, a ACOPASE.
Após esta primeira oficina, a equipe do CDJBC irá sistematizar e aprofundar o que fora apresentado, e até final de novembro deverá promover uma segunda oficina que deverá contar também com a participação de representantes do Poder Público e outros atores importantes na formulação das políticas públicas voltadas à agricultura familiar.