A engenheira agrônoma do CDJBC, Camila Rocha, e o biólogo João Alexandre de Freitas Neto, levaram as experiências das Unidades de Recuperação de Áreas Degradadas, um projeto desenvolvido pelo Centro Dom José Brandão de Castro e Sociedade de Apoio Sócio Ambientalista e Cultural (SASAC), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, Pnud e o Fundo do Meio Ambiente Global.

Eles conduziram a roda de conversa sobre o assunto, como parte da programação do Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), que acontece em Aracaju desde a última segunda-feira, 4, até quinta, 07. Na palestra, foram apresentados os resultados positivos da experiência e o impacto gerado diretamente da vida da população de Canindé de São Francisco, onde o projeto foi executado.

Camila contou que o projeto é executado em três eixos: ambiental, social e produtivo, todos ligados ao combate à desertificação. “Foram feitos sistemas de contenção de processo erosivo, como barragens de base zero e cordões de pedra. Tudo isso com o objetivo de combater a desertificação e buscando recuperação de áreas que foram degradadas durante anos e que por este motivo agravam a situação de seca na região do semiárido”, destacou a engenheira agrônoma.

“O projeto implementou ecofogões, sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta e sistema agroflorestal, além de construção de cisternas, sempre na perspectiva de promover a convivência com o semiárido e a preservação do bioma Caatinga”, completou João Alexandre, que coordenou o projeto.

Saber científico e saber popular

No segundo dia do CBA, a equipe do CDJBC participou do “terreiro de inovações camponesas”, espaço multidisciplinar que promoveu trocas de experiências entre o conhecimento científico e o conhecimento popular. Além da engenheira agrônoma Camila Rocha, que esteve no evento representando o CDJBC, participaram deste momento João Alexandre de Freitas Neto e Josefa Santos, da comunidade quilombola Sítio Alto, representando a ASA Sergipe.

Durante o terreiro de inovações camponesas,
foram apresentadas experiências dos estados de Sergipe, Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará, Pernambuco e Piauí.

“Neste espaço, os agricultores trouxeram seus conhecimentos acerca da agricultura, das ervas, além de tecnologias desenvolvidas pela ASA Brasil. Assim, pudemos promover uma maior interação entre o conhecimento científico e o conhecimento popular, dos agricultores e agricultoras, experimentadores e experimentadoras, dentro do CBA”, resumiu Camila.

Sobre o CBA

Com o lema “Ecologia de Saberes: Ciência, Cultura e Arte na Democratização dos Sistemas Agroalimentares”, o evento acontece entre os dias 4 a 7 de novembro de 2019. O conceito de “Ecologia de Saberes” está relacionado à proposta de diálogo entre diferentes conhecimentos que podem ser considerados essenciais para o avanço de lutas sociais, a exemplo da busca pela soberania alimentar. Uma outra perspectiva de ciência, pautada na construção coletiva do conhecimento, que escuta seus diferentes sujeitos.

Com a presença cada vez mais marcante de agricultoras, estudantes e representantes dos povos e comunidades tradicionais, ao todo, foram inscritos 2.800 trabalhos, entre resumos expandidos e relatos de experiências técnicas e populares, a estimativa é de que cerca de quatro mil pessoas de todo o país participem do congresso.

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